sexta-feira, 3 de abril de 2009


Introdução

Inicialmente me foi solicitado que eu escrevesse sobre vida e complexidade enfocando o olhar de um físico. Tendo em vista minha trajetória recente de educador ambiental e de alguém que tem lidado com a dinâmica de sistemas, prefiro classificar esse artigo como um desafio e uma reflexão sobre a vida, de um ponto de vista mais fundamental. No presente texto escrevo as idéias de alguns autores sobre as condições que levaram ao aparecimento dos sistemas adaptativos complexos e de vida inteligente em nosso planeta. Apresento também algumas considerações sobre a origem do universo, do sistema solar, a evolução dos planetas, o papel da mecânica quântica, e a questão da energia e da entropia na manutenção da vida.

O presente texto parte do princípio de que, conforme Gell-Mann (1996), as leis quânticas fundamentais da física dão origem à individualidade. A evolução física do universo, operando com essas leis quânticas, produziu espalhados através do cosmos diversos objetos, dos mais simples aos mais complexos, como o planeta Terra e os sistemas capazes de adaptação e aprendizado. Em outras palavras, o domínio quase clássico da experiência cotidiana surge do caráter quântico subjacente da natureza, incluindo-se aí a condição inicial no começo da expansão do universo.
A origem do universo
No estado correspondente à condição inicial o universo era diminuto e especialmente simples. White & Gribbin (1992) ressaltam que, com base nas teorias mais recentes, o universo deve ter emergido de um ponto de densidade infinita, uma singularidade, há 15 bilhões de anos. Havia um átomo primitivo, um ‘ovo cósmico’, contendo toda a massa do Universo num tipo de superestrela de nêutrons. Talvez esse ovo cósmico tenha existido por toda a eternidade, até algo tê-lo colocado em expansão

Nenhum comentário: